domingo, 17 de junho de 2012

Currículo, Conhecimento Escolar e Cultura

Neste período de discussão sobre a ampliação do tempo escolar, são discutidas questões como tempo-espaço, avaliação, metodologias, conteúdos, gestão, formação. Estas indagações tem nos levado a  consciência que precisamos entender melhor o currículo desenvolvido no espaço escolar , assim como também definir o que entendemos por conhecimento escolar já que é de fundamental importância selecionarmos para compor o currículo conhecimentos relevantes e significativos.
O conhecimento escolar deve propiciar ao estudante condições dele ir além do seu mundo cotidiano, ampliando-o e transformando-o como um sujeito ativo na mudança do seu contexto.
Os conhecimentos escolares devem facilitar ao aluno uma compreensão da realidade em que está inserido e que o possibilite agir de forma consciente promovendo a ampliação do seu universo cultural. O currículo tem o potencial de fazer as pessoas compreenderem o papel que devem ter na mudança de seus contextos imediatos e na sociedade em geral, bem como ajudá-las a adquirir conhecimentos e habilidades necessárias capazes de fazer com que isso aconteça.

Mas que conhecimentos priorizar neste novo curriculo para a  escola que queremos?

Currículo também tem sido alvo de preocupação e de debates de pesquisadores, das secretarias de educação Municipais e Estaduais e do Ministério de Educação (MEC). O MEC encaminhou as unidades de ensino, por meio da secretaria de educação básica uma publicação intitulada Indagações sobre Currículo. Tal publicação, elaborada a partir de discussões junto as equipes técnicas e representantes da comunidade acadêmica, tem como intenção desencadear uma reflexão sobre o tema. Um dos seus cadernos, Currículo Conhecimento e Cultura, escrito por Antônio Flávio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau permite refletir questões que consideramos significativas para o desenvolvimento do currículo nas nossas escolas. Neste caderno os autores destacam que a preocupação dos pesquisadores tem se deslocado das relações entre currículo e conhecimento escolar para currículo e cultura. Buscam trazer os conceitos apontados para a palavra cultura desde o primeiro e mais antigo significado de cultura apontada pela literatura do século XV até  o mais atual que deriva da antropologia social e concebe a cultura como prática social e não como coisa ou estado de ser. Segundo os autores a cultura implica um conjunto de práticas por meio dos quais significados são produzidos e compartilhados em um grupo. Representa um conjunto de práticas significantes.








Nos remetemos a tarefa da escola que é transmitir o legado cultural, a cultura transmitida pela escola não é "qualquer cultura" portanto não são todas as práticas culturais que entram dentro da escola e são valorizadas por ela. Algumas culturas são marginalizadas e não fazem parte do curriculo escolar.
Na construção do currículo da escola integral é fundamental que outros saberes possam fazer parte do currículo como os saberes comunitários vivenciados pelos alunos e suas familias. A cultura escolar de priorizar somente alguns saberes, desconsidera os saberes da comunidade onde a escola esta inserida assim como também desconsidera  os saberes das crianças e adolescentes que povoam nossas salas de aula.






( Fotos retiradas do google imagem)




domingo, 3 de junho de 2012

Somos todos agentes curriculares

"Currículo é texto, texto é discurso, discurso é linguagem é minha comunicação com o mundo".
O currículo se materializa por uma série de ações pensadas  na escola, o planejamento, a execução, a avaliação, o processo de ensino aprendizagem.
Diversos agentes compõem e determinam o currículo. O governo, federal, estadual, municipal, preescrevem as diretrizes curriculares para serem seguidas pelos executores que são os professores e todos os que estão inseridos no ambiente escolar. Os professores "moldam" o currículo e determinam o que fazer com ele através do planejamento e da ação, ou seja, a forma como desenvolvem o planejamento com os alunos. O currículo  em ação é a aula do professor e os alunos que fazem parte dela.
 As politicas curriculares representam o conjunto de vozes que se articulam para atender uma demanda, só que neste conjunto nem todas as vozes falam a mesma altura. Diversos autores escrevem sobre currículo e o conceituam no entanto, cabe aos executores do currículo determinar o que fazer a partir destas preescrições.
Se estamos envolvidos com a educação, todos  somos agentes currículares e como agentes currículares pensamos como desenvolver um currículo que atenda a demanda da educação integral.
Nos dias 28 a 31 de maio deste ano aconteceu em Brasília o IV seminário nacional de educação integral. Neste seminário estavam presentes educadores de todo o país, gestores de escolas públicas, autores de diversos escritos sobre educação. Todos tinham uma preocupação: A construção de uma agenda para a educação integral. O que priorizar nesta agenda, como construir esse currículo? Todos concordam que neste currículo deve constar a intersetorialidade, as artes, a tecnologia. Assim como também concordam e defendem uma escola pública para todos, onde todos possam ser ouvidos e sejam participes desta construção. O desafio esta lançado, cabe a todos nós desconstruirmos muitos conceitos que nos impossibilitam de nos vermos e agirmos como agentes currículares capazes de construir um novo currículo que represente a comunicação que queremos  estabelecer com o mundo.